A Sandra Carvalhinho é a nossa Técnica Superior a trabalhar na Guarda, nos projetos Inlus@ – Prevenção e Inclus@ – Reinserção
APDES na Primeira Pessoa: Sandra Carvalhinho
Nasci e cresci na cidade mais alta de Portugal, a bela cidade da Guarda. Desde pequena que gostava de ser professora, mas na altura de escolher, mudei de opinião.
Licenciei-me em Animação Sociocultural no Instituto Politécnico da Guarda.
Dentro da área de atuação da minha licenciatura, trabalhei como Técnica Superior de Animação Sociocultural num lar de idosos e num campo de férias com crianças.
Desde 2014 que sou técnica dos projetos Inclus@ desenvolvido pela APDES no Estabelecimento Prisional da Guarda.
No decorrer destes 6 anos de APDES, acumulei também funções de professora de Atividade de Enriquecimento Curricular com crianças do 1º ciclo na área da atividade lúdico-expressivas e da atividade física e desportiva.
Os meus dias na APDES são muito variados, dependendo das atividades que se encontrem programadas. Como a APDES desenvolve dois projetos no Estabelecimento Prisional da Guarda (EPG)- Projeto Prevenção e Projeto Reinserção, os meus dias variam entre acompanhamento/ dinamização de atividades, atendimentos/acompanhamentos aos indivíduos em situação de reclusão, diligências ao exterior, planeamento de atividades em articulação com os técnicos do EPG e com entidades externas, reuniões e trabalho de gabinete.
Quando existe uma atividade planeada é necessário proceder à sua preparação, nomeadamente cumprir todos os regras/tramites inerentes ao contexto prisional.
Para além disso, são feitos atendimentos aos reclusos que, na grande maioria, dão origem às referidas diligências ao exterior.
No período em que não é possível trabalhar diretamente com os reclusos devido aos horários que estão subjacentes ao contexto prisional, avanço com o trabalho de gabinete. Nesse trabalho, faço o registo dos atendimentos nos processos individuais, preencho bases de dados, entre outras coisas que sejam necessárias fazer.
Sendo os Estabelecimentos Prisionais um contexto muito específico, torna-se um desafio diário desenvolver qualquer tipo de trabalho.
Como todos sabemos, o contexto prisional é um espaço fechado onde todos os movimentos dos indivíduos em situação de reclusão são controlados.
Além disso, todas as atividades têm de ser rigorosamente planeadas tendo em conta a especificidade do próprio contexto, nomeadamente normas de funcionamento interno, horários, normas de segurança e outros condicionalismos inerentes a este mesmo contexto.
Assim sendo, o contexto prisional torna-se um contexto diferente de trabalho na medida em que existem todo um conjunto de normas específicas e mais rigorosas a serem cumpridas.
Destaco o trabalho realizado pelas equipas da APDES junto dos seus utentes.
No meu caso em particular, destaco a proximidade que foi possível criar com o contexto prisional, nomeadamente com todos os colaboradores do EP e principalmente com os indivíduos em situação de reclusão.
Neste sentido, torna-se importante destacar a relação de confiança que foi possível criar, ao longo do tempo, entre a equipa técnica do projeto e os indivíduos em situação de reclusão, permitindo uma implementação do projeto de uma forma mais eficiente.
Outro momento que destaco, foi a realização de duas edições do seminário “Prisão Participada” (2015 e 2017). Estas duas edições do seminário permitiram alargar o meu conhecimento no que diz respeito ao contexto prisional.