No ano em que comemoramos 15 anos de APDES, queremos apresentar-lhe algumas das pessoas que trabalham deste lado, todos os dias, há 15 anos!

APDES na Primeira Pessoa

Teresa Morais

Cargo atual na APDES: Gestora

Ano de início de funções na APDES: 2004

Função assumida no início desta colaboração: Técnica de Desenvolvimento Económico e Social

Há 15 anos...

Atualmente...

Estudei Gestão e Administração de Empresas. Contudo, cedo me apercebi que a área empresarial não seria o meu âmbito preferencial de trabalho. Realizei um estágio numa empresa e tendo surgido a oportunidade de trabalhar num projeto do 3º setor, cedo percebi que esta seria a área na qual gostaria de investir e onde me sentia com perfil adequado para desempenhar um bom trabalho aliado a um profundo sentimento de realização profissional e pessoal. Assim, no início de 2004 comecei a colaborar no projeto social europeu Dessol que viria a dar origem à APDES. Iniciando o meu trabalho como consultora no apoio à criação de micro negócios, fui adquirindo experiência nesta área intervindo essencialmente junto de pessoas desempregadas. Esta experiência fez-me sentir que tinha uma prática que carecia de um enquadramento teórico, uma vez que a minha licenciatura foi muito vocacionada para o mundo empresarial. Assim, em 2009 realizei um mestrado em intervenção social, inovação e empreendedorismo de forma a colmatar o que sentia ser uma
lacuna no meu saber. A minha experiência profissional passou também pela participação num projeto europeu, numa outra organização social, enquanto técnica oficial de contas, função que
acumulei com o trabalho que desempenhava na APDES durante o ano de 2006. 

Espírito crítico, abertura a novas dimensões de intervenção e do saber, a informalidade, a procura de cuidar do outro dentro e fora de “portas” da organização são alguns dos aspetos que considero serem diferenciadores na APDES. O espírito crítico tem por base os seus profissionais e a autonomia que é concedida a cada um destes para poderem desenvolver o seu trabalho de forma autónoma e que lhes permita refletir criticamente sobre o seu trabalho. Seguindo as diretrizes estratégicas emanadas da Direção, há espaço e abertura para propor novas perspetivas sobre a intervenção e os fenómenos sociais com os quais os profissionais interagem.

Havendo uma hierarquia bem definida, esta procura as relações horizontais e informais trabalhando, sempre que possível, numa grande proximidade entre todas as pessoas, direção, gestão, coordenação, técnicos, estagiários, educadores
de pares, voluntários, etc. O propósito social com base na missão e valores da APDES é o que vincula os profissionais sendo esta notória na dedicação que demonstram no seu dia a dia de trabalho.

Iniciei o meu percurso na APDES em 2004 como consultora para a área de criação de micro negócios junto de públicos vulneráveis. Esta experiência, juntamente com a especialização no âmbito do mestrado, permitiu-me em 2014 participar num estudo de investigação sobre as políticas públicas que promovem o apoio para a criação do próprio emprego. Cumulativamente, de 2007 até 2009, fui a contabilista da APDES passando a estar também muito envolvida com as questões financeiras da instituição. Durante os anos de 2008, 2009 e 2011 participei também em projetos de formação enquanto formadora. Em 2012 passei também a ser responsável pelo departamento administrativo e financeiro da APDES, assumindo a administração financeira até 2018. Nesse ano passo a desempenhar a função de gestora geral. Por ter assistido ao início da criação da APDES e por ter passado por diferentes áreas e departamentos da APDES, creio ter adquirido um conhecimento aprofundado da sua forma de funcionamento e dos seus procedimentos.

Fazendo um percurso numa mesma instituição, creio que o facto de partilhar este trajeto de 15 anos, com tarefas e responsabilidades tão diversificada, permitiu-me crescer profissionalmente e sentir como fazendo
parte da “casa” APDES.

Esta é uma questão difícil… foram vários os momentos marcantes. O primeiro ocorreu no ano de 2005 e, na minha opinião, marcou definitivamente o caminho que a APDES viria a seguir. Foi o ano em que, apesar de estarem já em curso, projetos de intervenção comunitária, houve a abertura para intervenções mais diversificadas com linhas de financiamento nacional e comunitário que para nós eram novas e significaram entrar num patamar mais abrangente de intervenção e de financiamentos.

Nesse momento, dá-se um primeiro salto no sentido do crescimento da APDES com a constituição de equipas cada vez mais abrangentes e multidisciplinares. Em 2008, os primeiros passos para o que viria a ser o trabalho na área da cooperação e desenvolvimento. Em 2012, um outro momento marcante acontece: a saída de uma das fundadoras da APDES, Ivone Vasco. Para além do seu papel na criação e dedicação à APDES, foi uma pessoa com quem trabalhei muito de próximo e com quem aprendi bastante. Depois, não um momento em particular que possa ser identificado no tempo, mas algo que foi sendo construído ao longo do tempo e que se traduz na perceção de que se faz parte de uma causa maior. E que  acompanhei e participei nessa obra. Para além do sentimento de pertença, permitiu-me adquirir e acumular um conhecimento aprofundado de toda a orgânica institucional. 

 

Imagino uma instituição que continuará a defender os seus princípios fundamentais e a lutar pelo desenvolvimento no seu sentido mais amplo. Desenvolvimento dentro e fora de portas – tanto na defesa de princípios éticos e solidários, através do trabalho que desenvolve junto do seu publico alvo, bem como promovendo o desenvolvimento interno dos seus colaboradores. Uma instituição mais madura e que se focará muito na inovação e na aposta em áreas consideradas disruptivas. Que continuará a ter como pilar a sua missão e valores. Uma casa onde o espaço de trabalho será ainda mais agradável, potenciando novas formas de trabalho, uma organização flexível, amiga do trabalhador e cada vez mais próxima das suas comunidades.