O nosso trabalho com crianças e jovens em acolhimento e autonomia de vida

A APDES trabalha há 15 anos com crianças e jovens em situação de acolhimento, quando precisam ser retirados às suas famílias e jovens em autonomia de vida, que estão em fase de transição da saída da instituição de acolhimento onde viveram.
A APDES acredita que independentemente de cada experiência de vida, todas as crianças devem sentir-se amadas, escutadas e integradas. Especificamente, no caso de crianças e jovens retirados às suas famílias, é fundamental salvaguardar os seus direitos.
Vídeo produzido pelo GIS-APDES
A situação em Portugal
Em 2020, 15.403 crianças e jovens em Portugal foram sinalizados pela sua exposição a uma ou mais situações de perigo em 2020: negligência (71%), ausência de suporte familiar, abandono, comportamentos desviantes, entre outros (13%) e maus tratos psicológicos (10%). No ano passado, encontravam-se em situação de acolhimento 6.706 crianças e jovens distribuídas pelas diferentes respostas sociais.
As crianças e jovens permanecem acolhidos nas diversas respostas de acolhimento por 3,4 anos em média, havendo várias crianças que passam toda a sua infância e adolescência numa casa de acolhimento.
Embora a Lei de Proteção de Crianças e Jovens em Perigo priorize medidas que integram a criança ou o jovem numa família em vez de serem acolhidas por uma instituição, apenas 3% das crianças e jovens beneficiam desta medida.
Com isto, o sistema português, ao recorrer massivamente à institucionalização de crianças e jovens priva-os de um dos direitos fundamentais: a possibilidade de crescer numa família. Isto é o que diz o Comité dos Direitos da Criança das Nações Unidas.
O trabalho da APDES na área do acolhimento de crianças e jovens
A APDES, através do Gabinete de Intervenção em Saúde (GIS), já apoiou cerca de 1000 crianças e jovens em situação de vulnerabilidade, quebrando ciclos de abandono, de sofrimento e de inferiorização, reforçando os valores e direitos universais.
O Gabinete de Intervenção em Saúde (GIS) da APDES acumula uma experiência de 15 anos de intervenção junto de crianças e jovens em situação de vulnerabilidade e das equipas técnicas e educativas que as acompanham.
- Acompanhamos crianças e jovens acolhidos para promover o seu desenvolvimento pessoal e social.
- Disponibilizamos serviço de consultas para avaliação e acompanhamento psicológico de crianças e adolescentes.
- Realizámos programas de saúde e desenvolvimento pessoal para cerca de 1000 crianças e jovens.
- Organizamos Colónias de Férias da Saúde.
Testemunhos:
“Aqui posso ser eu…” (D.C., 18 anos, Tudo aos Direitos).
“Eu sou inspirada por… mim. Eu traço os meus próprios objetivos” (S.F., 17 anos, Inpacto).
Formamos e capacitamos mais de 100 profissionais que trabalham na área da proteção à infância dotando-os de estratégias e competências para responder às necessidades destas crianças de forma a proporcionar-lhes experiências positivas e estruturantes.
- Formamos e capacitamos equipas que trabalham na área da proteção à infância: dotamos profissionais de estratégias e competências para responder às necessidades.
- Trabalhamos em rede com profissionais de 6 casas de acolhimento de Vila Nova de Gaia e criámos uma rede informal com eles: a Rede Proteger+.
Alguns testemunhos:
«O Tudo aos Direitos foi um projeto que constituiu uma mais-valia para a nossa casa de acolhimento, que tem agora alicerces mais fortes para poder continuar a intervir junto dos jovens, em prol dos direitos humanos e da cidadania.»
«O Projeto Tudo aos Direitos, tal como os anteriores Projetos do GIS, permitiu um desenvolvimento da autonomia nas crianças e jovens aqui acolhidos. Desta mudança surgiu a necessidade de darmos uma voz mais ativa àqueles com quem trabalhamos diariamente, pois consideramos que são eles os agentes principais das suas vidas.»
Também apoiamos jovens durante o processo de transição para a idade adulta a viverem de forma independente e autónoma antes e após a sua saída das casas de acolhimento.
- Através do serviço Info-desk, linha telefónica disponível todos os dias.
- Promovemos a criação e capacitamos o grupo informal de jovens em autonomia de vida Young Experts que advogam pelos direitos das crianças e jovens durante e após o acolhimento.
Testemunho:
“A formação ajudou no meu progresso. As formadoras disseram para eu seguir os meus sonhos e vou tirar o 9º ano para ir para um curso de auxiliar de saúde e trabalhar num hospital.” (R., 22 anos, projeto Work in Progress).
Para conhecer mais sobre o trabalho do GIS
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Conheça alguns materiais publicados
Manual de processos participativos e gestão democrática
Este manual é um recurso educativo para ONGs que desejem implementar metodologias participativas, no âmbito do trabalho com jovens em autonomia de vida, e que através destas abordagens e práticas de gestão democrática possam ser capacitadas com vista a um maior empoderamento dos jovens e uma maior participação cívica.
Manual Tudo aos Direitos
Este manual descreve um programa de promoção da cidadania e dos direitos humanos de jovens residentes em casas de acolhimento.
Step UP
No âmbito do projeto Outogether, cofinanciado pela EU, foram realizados workshops em casas de acolhimento para promoção da autonomia das crianças e jovens. O guia para profissionais “STEP UP” descreve estes workshops permitindo assim que mais jovens possam usufruir destas sessões de preparação para a saída do acolhimento.
Manual de Formação para Profissionais: Preparação para a Saída do Acolhimento
Também no projeto Outogether, foram realizadas formações a equipas técnicas e educativas de casas de acolhimento em várias regiões do país sobre o tema “Promover a Autonomia dos Jovens em Acolhimento”. Poderá aceder ao curso de formação em formato online pelo site: moodle.apdes.pt.
Recomendações Nacionais: Processo de Autonomia de Jovens Acolhidos e com experiência de acolhimento
Criadas com os contributos de vários jovens (acolhidos ou em autonomia) e de profissionais que trabalham na área da proteção de crianças e jovens. Foi sem dúvida uma coprodução e o resultado de um bom trabalho de equipa e que esperamos que traga frutos no que diz respeito ao acompanhamento das crianças e jovens com experiência de acolhimento.